super glamorosas

Isto é uma espécie de bar de NY, ultra sofisticado, nós todas a cair de lindas e elegantes! Só para quem gosta muito da Cláudia e, ao mesmo tempo, tem capacidade para brincar com as coisas sérias que estão a acontecer. Para ver quem tem os Manolos + giros, para debater quem usa a cor de verniz mais estonteante, e até, quem sabe, para podermos dizer umas coisas + a sério!

Friday, September 24, 2010

Ainda ontem por Miguel Esteves Cardoso

Ainda ontem
O mal escrito
Por Miguel Esteves Cardoso in Público de 23 de Setembro de 2010

"O cancro é como um romance que, depois de escrito e revisto, ainda não fica bem. Ganha uma segunda vida em que o personagem principal (a vítima, o herói) tem de redefinir-se e curar-se dos resultados das curas - ou rever-se do efeito das revisões.

O cancro não é como um romance, porque a história continua. É mais como uma série televisiva. No primeiro episódio de Boardwalk Empire, realizado por Scorsese (é pena ter-se perdido o hábito de dizer apenas os apelidos dos realizadores), compreendemos que Nucky Thompson, interpretado por Steve Buscemi, não vai conseguir continuar a ser apenas meio-gangster.

As circunstâncias mudam; as surpresas fazem parte da ordem das coisas e, às tantas, deixa-se de poder pensar ou agir de maneira linear, como quem tem ou não tem: como quem já passou ou ainda vai passar por uma fase; como quem sabe ou consegue adivinhar o que vai acontecer.

O cancro é uma vontade de continuação; uma multiplicação de ambições desavergonhadas. Não se pode matá-lo. Mas pode-se contrariá-lo e essas acções contrárias criam contrariedades à medida de quem ousou levantar-se contra ele.

Não estou só a falar da pneumonia da Maria João que ontem a levou da nossa casa, para fazer-lhe frente e dar cabo dela. Nem das sequelas. Nem das consequências esperadas ou inesperadas. É das surpresas. São sempre boas ou más. Muitas vezes acabam bem. Mas nunca são boas. Por serem surpresas. Por serem sorte. Por não nos pertencerem."

2 Comments:

At 24/9/10 6:30 PM, Blogger Nela said...

Costumo ler sempre as crónicas do MEC no Público. Ele ficou tão feliz quando a Maria João acabou os tratamentos! Espero que recupere e depressa.
Ele sabe dizer como niguém aquilo que mais tememos: as surpresas.
Muitas vezes acabam bem. Mas nunca são boas. Por serem surpresas. Por serem sorte. Por não nos pertencerem...

 
At 27/9/10 9:40 AM, Anonymous Anonymous said...

É bem Verdade...
Is@

 

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