O hábito não faz o monge"
Dá que pensar esta opinião que li no Jornal das Caldas.
"-Oh! Mãe, um padre vestido como nas telenovelas!
O rapaz tinha uns sete anos e estava excitado com a descoberta. Sim, nas telenovelas é preciso identificar bem cada personagem. Os que fazem de padres vestidos de padres! E na vida real?
A cena recordou-me um interessante filme sobre a falta de respeito com que, por vezes, se tratam os doentes enfermos.
A cena recordou-me um interessante filme sobre a falta de respeito com que, por vezes, se tratam os doentes enfermos.
O enredo apresentava um médico que descobre estar com um cancro na garganta. Numa sala de espera, encontra-se com outra doente enferma. Ela, de cabeça coberta por um lenço, e já em avançado estado da doença, queixa-se de ter sido vítima de falta de atenção: o atraso na execução de exames deixou avançar demasiado a leucemia que a minava. Ele, ainda na sua superioridade de médico, defendia colegas e enfermeiros. Mas chegou o momento de se sujeitar a uma biopsia de rotina. Tentou explicar ao enfermeiro que a anestesia que se preparava para lhe ministrar não se destinava a ele, mas sim ao doente do lado que iria ser operado ao estômago.
No entanto, reduzido à sua condição de paciente e enfraquecido pela pré-anestesia, não conseguiu que o levassem a sério. Também ele veio a ser vítima de um desleixo. A sua má experiência continua com o vexame de ter de se apresentar várias vezes aos seus colegas e enfermeiros com uma simples bata sobre a pele. O tecido nem lhe cobre os joelhos e as costas ficam mal cobertas porque os atilhos não apertam bem. Logo que melhora e volta ao trabalho, obriga os seus alunos a vestirem aquelas batas e trata-os de modo a que compreendam a humilhação por que passam os doentes. Explica-lhes que devem respeitar a sua dignidade, bastando já os seus medos e sofrimentos. Que sejam humanos.
De facto, usar roupa é um hábito próprio dos homens e está relacionado com a dignidade da pessoa e a forma como se relaciona com os outros, como ficou patente no filme acima descrito. A falta da roupa pessoal num hospital, ou em qualquer outro lugar, faz-nos por vezes sentir estranhos: abatidos, doentes, inquirindo-nos acerca de nós próprios, da nossa vida, do nosso futuro, da falta do carinho da família… tão diferente do profissionalismo arrogante ou piegas dos funcionários da saúde.
A moda no vestir ajuda a manter as pessoas confortáveis no seu ambiente (ou à procura do seu ambiente). A moda é particularmente importante para os jovens que sentem a imperiosa necessidade de mostrar a sua rebeldia. A roupa é o modo mais imediato de se identificarem entre si, com um simples olhar. Para os adultos e jovens com uma personalidade mais madura, a moda não passa de uma orientação, já que o importante é não chocar com o meio em que se vive nem com o razoável. Que o diga a mãe de família que se esforça por andar elegante sem pesar no orçamento familiar… e (já agora) sem aborrecer o marido por se apresentar como se…continuasse solteira.
A ciência está em como saber trajar.
Como ouvi há dias, numa boutique, a moda é em mim e não em si."
Lá diz o velho ditado “o hábito não faz o monge”. Mas que para muitas pessoas faz, ai isso faz!
Bom fim-de-semana.
6 Comments:
Tem um bom fim de semana Isa, beijokas :o)))
Olá.
Um lindo e saudável fim de semana.
Abraços.
Sei bem de que filme falas. Ainda por cima é com um actor que gosto imenso: William Hurt.
Calçar os sapatos do outro é a melhor método de negociar a paz.
Gostei muito do texto, mas não sei qual é o filme. Podes partilhar essa informação?
Obrigada. Eu sabia. LOL
Beijinhos
Muito interessante. Boa semana. Passei para um alô.
Olá.
Uma feliz semana.
Beijinhos
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