Reorganização da rede de Oncologia
Novo Update: Na próxima semana, dia 14 de Janeiro, o tema na AR será precisamente a situação oncológica no país, onde será ouvida a ministra da Saúde.
Os sociais-democratas querem ouvir Ana Jorge, por acharem que estão a ser violados direitos fundamentais dos portugueses como o direito à protecção da saúde e à igualdade no tratamento.
UpDate Lusa: Questionada sobre o possível fecho de unidades que não reúnam "requisitos mínimos", a ministra Ana Jorge afirmou que "o que está no plano é abrir mais respostas no serviço para tratamento do cancro em Portugal", acrescentando "não só mais como de melhor qualidade".
Pela importância do que está agora em discussão pública coloco em destaque a notícia que está hoje em vários meios.
Unidades de tratamento do cancro com menos de 250 doentes em risco de fechar in Público
O novo mapa nacional para o tratamento do cancro tem como ambiciosa meta o final de 2010, mas, por enquanto, os critérios que o vão nortear não passam ainda de recomendações no papel. O coordenador nacional para as doenças oncológicas, Pedro Pimentel, disse ontem no Parlamento que deverão deixar de existir hospitais a tratar o cancro que atendam menos de 250 novos doentes por ano.
As perguntas mais repetidas na audição parlamentar de saúde pelos vários deputados da oposição foram: afinal, quantas unidades vão fechar? Quantas se vão manter abertas? As respostas foram sendo sempre as mesmas: "Não temos esses números", "ainda tem que ser avaliado", responderam, à vez, Pedro Pimentel e a alta comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado, notando que eles são técnicos e que as decisões de fecho caberão às cinco Administrações Regionais de Saúde, com o aval da ministra da Saúde. Em cima da mesa estava o mais recente documento produzido pela Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas: os Requisitos para a Prestação de Cuidados em Oncologia. O panorama traçado pelo documento já é antigo: constata que são demasiados os hospitais a tratar doentes com cancro, algo que pode parecer um contra-senso. O argumento técnico usado é o de que, quantos mais casos passam pelas mãos dos médicos, mais prática e competência desenvolvem e melhor tratam os doentes. (…)
Uma ameaça ao Interior
O mesmo documento define que para haver serviços de radioterapia é preciso que as unidades tratem um mínimo de 600 doentes por ano. Mas deverá ser a "rigidez" do número de casos a definir se uma população tem acesso a este tratamento, questionaram os deputados. Tanto mais que há 39 equipamentos de radioterapia no país, quando o ideal seria haver 66, notou o deputado social-democrata Luís Menezes, um défice constatado por números do próprio Governo. Clara Carneiro, também deputada do PSD, notou que a lógica dos números de casos mínimos vai acabar por deixar "desprotegidos os sítios com menos pessoas. Não podemos deixar para trás o país rural e das ilhas. Isto é mais grave do que [o fecho] os blocos de partos: o cancro é a principal causa de morte até aos 75 anos", sublinhou.
Pedro Pimentel reconheceu que pode ser muito mais penoso para um doente estar longe nos tratamentos de radioterapia, que podem exigir idas diárias ao hospital durante períodos, por exemplo, de seis semanas. "O doente fica desinserido do seu meio, é pô-lo no exílio"; o mesmo se pode aplicar aos tratamentos com quimioterapia. Assim, o responsável diz que onde faz mais sentido concentrar é na área das cirurgias, que exigem grandes equipas e em que depois da operação o doente pode voltar a casa. No documento, diz-se, por exemplo, que nenhum serviço deve poder operar um doente da cancro da mama se não fizer 50 cirurgias por ano.(…) Uma delas foi a do rastreio, criticou a deputada social-democrata Clara Carneiro: o mais atrasado é o do cancro do colo e do recto, que apenas existe na Zona Centro do país, embora seja o cancro com maior incidência (responsável por 16 por cento dos casos).No rastreio do cancro do colo do útero apenas o Alentejo e o Centro têm cobertura; no cancro da mama, o país está quase coberto, mas trata-se de um rastreio que é assegurado não pelo Ministério da Saúde mas em grande parte pela Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Notícia completa em http://www.publico.pt/Sociedade/unidades-de-tratamento-do-cancro-com-menos-de-250-doentes-em-risco-de-fechar_1416478
4 Comments:
tb tenho um post preparado para amanha sobra a materia.
venham os senhores que mandam, fazer tratamentos diarios desgastantes longe de casa, e depois vejam como é...
fecharam maternidades, mas n se pode comparar...o estado de espirito da utente neste caso, é bem diferente de um doente oncologico.
Primeiro fazem a proeza de descentralizar serviços, depois ja n acham que deva ser assim, e acabam com as unidades.
Beja, nem tem auto-estradas a porta espero que não seja uma das unidades de oncologia a acabar.
Isa olá,
ali no IPO vêm de todo lado do país ficam as pessoas horas á espera...levantam-se cedissímo doentes, debelitadas, fazem aquelas viagens de horas alguns carros de transportes de Bombeiros são antigos...é um horror!
Depois é o regresso a casa, quando é a radioterapia é pior porque é diário durante mais de um mês!!!!
Se nos tiram o pouco que temos não sei como vai ser...
espero que alguém faça muito mais que falar!!!
Beijinhos
No caso da minha prima- que felizmente já terminou radioterapia e agora só dia 15 de Janeiro vai a nova consulta- que é de Idanha-a-Nova teve de estar em Coimbra, de 2ª a 6ª na altura da radioterapia. E, cada vez que tem consulta da especialidade...toca a ir e a vir de Coimbra no mesmo dia. E agora no Inverno então ainda é pior- as estradas estão com gelo e/ou neve.
E estes são apenas exemplos de alguns que polulam o nosso Portugal.
Tanto podia ser feito... tanto podia ser alterado... tanto!
não gosto de falar disto...
Bjinhos a todas e as melhoras a quem está a recuperar
Post a Comment
<< Home