A saída
Chegou sábado, e o médico de manhã confirmou que eu podia ir para casa. Foi nesse dia que eu vi como estava... Ele tirou-me o penso e os drenos e eu olhei! Onde antes estava a minha maminha esquerda, passou a estar uma enorme costura, que vai desde debaixo do braço até à outra mama! E tudo liso, até parece que faz uma cova! Embora eu estivesse à espera, foi um choque olhar para mim, assim sem uma parte que me acompanhou toda a minha vida!
Por outro lado, pensei logo: o bicho já saiu daqui! Aquilo que me estava a pôr doente foi-se embora, e daqui a um ano ou dois posso voltar a ter mama! Há coisas piores!
E pronto, lá fui eu para Rio Maior, para casa dos meus pais. Aqui estou melhor, tenho ajuda e companhia.
Por hoje é tudo!
2 Comments:
É fácil dizer mas é verdade: com o tempo tudo passa!
O mais importante é que fiques boa, depois logo te preocupas com a imagem. Claro que deve custar, mas com o tempo tudo passa e até as cicatrizes que nos horrorizam ficam menos feias (e disso eu sei bem).
Beijos e as tuas melhoras.
É uma sensação estranha, olharmos para nós e vermos o nosso corpo assim mutilado.............queremos ser fortes, mas algo dentro de nós insiste em falar baixinho, porquê eu.
Sabes cada dia que passa sinto cada vez mais, que isto não vai ser nada fácil e o que eu julgava ser uma fase passageira da minha vida, vai ainda demorar bastante tempo.
Sempre pensei que a cena do braço, quando diziam que ficaria dormente, mas que um dia passari, quando virá este dia, tudo isto continua esquisito, como se tivesse aqui uma cortiça.
O local da mama também ficou muito estranho, todos estes músculos, nunca mais têm sensibilidade e continuam duros.
Cada vez tenho mais a sensação que isto me vai acompanhar o resto da vida. Embora a pele tenha sensibilidade, tudo o resto é estranho, ainda me custa deitar para baixo, então com o cateter do outro lado ainda mais.
beijoca sgrandes
lara
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