Olá
Hoje ainda estou esperta e disposta para escrever!
Primeiro, Joaninha eu sei que tenho um cancro, e dos agressivos. Não tenho problema nenhum em dizê-lo alto e bom som. Quando soube, demorei uma semana até conseguir verbalizar, mas isso foi em Abril do ano passado... Já incorporei a ideia.
Quando lhe chamo "bicho" é porque um cancro, ou cancer é um "bicho", é algo que nos invade e nos come. Além disso também lhe chamo bicho porque tenho pessoas amigas que se chocam quando eu digo que tenho um cancro. É também por respeito com os outros. E tal como disse a nossa amiga Manela, cada um enfrenta a coisa como melhor pode, só quem a tem é que sabe. Não tenho medo, nem vergonha de dizer o que tenho e as pessoas que me conhecem sabem que falo do meu cancro sem problemas.
Mudando de assunto. Hoje ainda estou bem, a quebra é sempre no fim de semana. No entanto, tal como diz o meu médico, não estou melhor, nem pior. Começo a achar que o taxol já não está a fazer nada. Agora até tenho os gânglios da virilha infectados... Isto é um desespero!
Para a semana vou a Londres, tenho consulta com um dos melhores especialistas mundiais de cancro da mama (ainda não sei detalhes, mas dou depois). Quem sabe os "beefs" podem-me ajudar. Os médicos de cá até agradecem, estão já sem saber o que me fazer.
Assim que tiver mais novidades, cá estarei.
Beijos.
20 Comments:
Claudinha,
Leva um gorro, um cachecol e umas luvas - Londres deve estar frio. E no meio das consultas, aproveita para te comprares um miminho nos saldos; uma coisinha super glamorosa!
Desejo do fundo do coração que os britishes te possam ajudar. Faz boa viagem e volta alegre, feliz e caminhando para a cura.
Beijinhos
Um verdadeiro Tea com scones, compota, muito cheirosos...
Quanto ao resto dos comentários que vão aparecendo neste blogue....
adiante!
Não valerá a pena contactar o médico de Navarra dizendo que o Taxol não está a funcionar?? Este meu pensamento é apenas uma pergunta
Cláudia, há uma coisa que um médico da minha familia diz e que julgo se aplica ao teu caso - o melhor colega de um médico é a natureza e a força humana. Duas cabeças pensam melhor dq uma, tenho muitas esperanças na tua ida a Londres, mas eles só te vão ajudar, a tua força é que é essencial e não pode diminuir. Por ti e por nós todas(os) também - continua a lutar. Um abraço muito apertado. Paula
Cláudia, querida Amiga, com CANCRO, com BICHO ou tantos outros nomes que lhe podía chamar (mas não devo)!; aqui, em Navarra, em Londres ou em Freixo de Espada à Cinta, és sempre a NOSSA CLÁUDIA cuja força e coragem nos inspira desde Abril passado! Custa mas continua assim...
Em Londres, além das belíssimas sugestões das comprinhas e do chá com scones, vai a um daqueles maravihosos musicais (do Andrew Lloyd Weber acho que está o Fantasma da Opera) porque, isso sim, se bem te conheço, ía fazer-te um bem danado à cabecinha e à alma pois quanto ao resto terão mesmo que ser os médicos a tratar e rezo para que o ES os ilumine, no teu caso em particular.
Bj grande e, já sabes, estamos cá a torcer por TI!, Mimas
A sua amiga manela está coberta de razão quando lhe sugere que fale com os médicos espanhois, uma vez que eles lhe saberão dar uma indicação, ainda que breve, sobre o passo seguinte que eles dariam no seu tratamento.
Atrevo-me a fazer mais uma sugestão, que é recolher a mesma informação do médico oncologista que a acompanha, ou seja, saber qual o passo que ele considera lógico como passo seguinte no seu caso.
Penso que seria de toda a utilidade obter uma opinião crítica do especialista inglês, quer sobre o seu tratamento até agora, quer sobre o que está na mente do médico que a vai continuar a tratar.
Já percebi como as opiniões dos outros a perturbam, sobretudo quando não coincidem com o seu pensamento ou quando tocam território não-nacional, mas tenho que lhe dizer que uma amiga minha tem o contacto de dois especialistas de cancro de mama (em Paris e Milão) que apresentam taxas de sucesso muito superiores à média no tratamento dos seus doentes. Disponha.
Tudo de bom para si.
Olá,
Descobri o seu blog uns dias antes de ter saido no Expresso. Descobri-o por foi referenciado noutro blog de uma mae que perdeu a filha aos 10/12 meses. Foi referido como alguém que luta pela vida.
Por coincidência neste periodo apanhei um grande susto, no meu caso no pulmão (que não passou de um susto)e por isso ainda mais sensivel fiquei a este assunto. VEnho-a visitar todos os dias e quero-lhe dizer que a admiro imenso, sem a conhecer. A si e às suas amigas que me parecem mesmo preocupadas consigo. Também gostava de referir que o/a "survivor" apesar de me parecer realmente preocupado consigo, o tom é sempre algo agressivo, ou um pouco crítico.
se o tempo não joga a favor, o nervosismo, a inquitude concerteza que também não. Arranjar tranquilidade no meio disto tudo deve ser dificilimo e acredito que só se consiga com alguma calma e não numa correria desenfreada a tudo ó que é o "melhor do mundo". Estou a falar sem conhecimento de causa, mas parece-me que assim a vida ainda se torna num infoerno ainda maior. Eu qdo apanhei este susto e tive que marcar exames, não consegui marcar todos na mesma semana, pq emocionalmente não aguentava, preferi espaçar tendo a perfeita consciencia que qto mais tarde pior.
Sei que cada caso é um caso, mas a minha sogra tem cancro da mama dos mais agressivos há 12 anos. Sempre foi tratada cá. há 2 anos apareceram-lhe caroços no pescoço e a coisa está espalhada por diversos sítios, mas estabilizada. Mas anda bem, faz uma vida saudável e tem duas netas lindas que adora. se calhar os ultimos anos foram os dos mais felizes da vida dela (por causa das netas)e ela nuca se rendeu. Nunca, nunca e acredito muito que isso a tem salvado.
Beijinhos e força.
carla V.
Num deserto sem água,
numa noite sem lua,
numa terra nua,
por maior que seja o desespero,
nenhuma ausência é mais profunda que a tua!
Sophia de Mello Breyner Andersen
Espero que passes bem os próximos dias e que a ida a Londres te faça regressar com ânimo redobrado. Um beijo enorme!
Ola Claudinha
Desejo te do fundo do coração que tudo te corra bem em Londres, e que voltes com a melhor solução para a tua cura
Amiga leva toda a informação que tiveres acerca do teu caso , para os "beefs" avaliarem na da melhor maneira
Eu gostava de poder dar te um enorme abraço e beijinho pessoalmente pra te dar toda a força possivel , mas como não é possivel , mando te "virtualmente"
estaras no meu pensamento, força amiga tu consegues , porque es uma mulher extraordinária e de uma força supreendente,adoro te
Anixinh@
vai aonde a tua fé levar....beijinhos mulher do norte
``as vezes o caminho é tortuoso e longo, mas a chegada é esplendorosa.......bjs. mulher do norte
Um olá especial à Cláudia e outro a todas as glamorosas que por aqui passam!
Conheci este blogue através do da Lara e desde então passo por cá com alguma frequência.
Não tenho o hábito de deixar comentários mas hoje tenho de o fazer.
Também conheço bem esse bicho de que falam (Ok, Joaninha, CANCRO, ou, mais concretamente, carcinoma).
A minha avó morreu com cancro de mama; a minha Mãe tem cancro de mama; eu só tenho neoplasias benignas - é melhor usar os termos científicos por causa da Joaninha - vulgo, fibroadenomas).
A minha Mãe é, à semelhança de muitas outras mulheres que conheço (algumas até só virtualmente), uma lutadora que tem vencido cada batalha graças ao acompanhamento médico, é um facto, mas também à sua força e ao apoio que tem recebido por parte da família e dos amigos. "Meia cura", dizem uns... Enfim, vocês sabem do que falo.
A minha Mãe vive com o bichinho há quase seis anos. Sim, bichinho, como ela carinhosamente gosta de lhe chamar. Recordo-me de um dia ela ter usado a palavra numa consulta e de eu lhe ter dito "bichinho não, Mãe, bicho mau!" E essa mulher especial que é a minha Mãe argumentou "Tenho de o tratar com carinho porque afinal ele vive comigo."
Isto não vem nos livros nem pode estar provado cientificamente (bem, se calhar até já há um doutoramento sobre a coisa e eu nem sei...), mas vem de "um saber de experiência feito" de alguém que fez mastectomia, radioterapia, hormonoterapia, onze operações, toma morfina por causa das dores, tem metásteses, está neste momento a fazer quimioterapia e tem sempre um sorriso e boa disposição (exceptuando durante o período de ressaca, que ela também não é de ferro).
Em tempos, eu revoltei-me; ela não.
Vivemos com um bichinho; vivemos de forma diferente, encaramos cada dia como único e vivemos melhor por isso, tenho a certeza.
E aqui em casa somos felizes!
Força!
Um grande beijo.
Rosa
Rosa,
Eu não diria melhor! Grande mulher, essa mãe, que na sua grande sabedoria, sabe mais do que todos os livros.
E nessa luta, nessa batalha, ainda tem coração e amor para "acarinhar" o que a faz viver de forma diferente.
Para mim, as coisas funcionam de forma algo semelhante: nunca me "vi" invadida e a lutar contra um bicho. Como disse no comentário à Joaninha, olho e olhei para mim como um todo, um unidade, que é o que eu sou, e amei-me e amei esse todo, e nesse todo estava também o cancro. E achei que se me curasse e equilibrasse toda, ele também se curaria. Ainda é assim que eu vejo a coisa...
Mas também sei que esta não é a única forma de encarar a doença: todas as que o dia a dia nos vai ensinando, que nos permitem ficar de pé, continuar a amar a vida... Essas são as que resultam.
É giro quando aprendemos isso sem ser nos livros, não é? Sou uma leitora compulsiva, mas nada substitui a vida e a capacidade que os grandes corações têm de amar.
Como a mãe da Rosa!
É isso, Manuela, não há receitas, mas há, de facto, formas de viver com a doença que resultam.
Eu aprendi tanto!... E não foi nos livros (e eu leio tanto!)
Ah, espero que a Joaninha ainda não tenha passado aqui pelo espaço das glamorosas... espero ainda ir a tempo de corrigir: o que a minha Mãe tem, neste momento, são metástases. Está corrigido.
(Isto dos termos científicos...)
E já agora querem saber como a minha Mãe lhes chama? Filhotes do bichinho.
Beijos e abraços.
Rosa
Grande Mulher a Mãe da Rosa , faz me pensar que a vida e mesma uma experiencia unica , e pessoal cada um reage de forma diferente , mas todos por um objectivo viver um dia de cada vez e da melhor maneira possivel, eu não cheguei a ser operada não passei por essa etapa porque cada cheguei aos medicos já tinha o " o bicho" e os "filhinhos do bicho" gosto desta expressão que a mae da rosa usa para a palavra cientifica metasteses , um grande beijinho para ela e que tudo lhe corra pelo melhor , nesta nova etapa de tratamentos ,
Um xi-coração para todos os que por aqui passam
Ups!! A minha intenção era partilhar uma informação que li que ajuda a cura...
mas vocês parecem mais um bando de apóstalas de uma qualquer igreja modernaça a esgrimir argumentos...
Sorte para a Claudia, e muita
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Joaninha....aqui há muita tensão, só isso, volte sempre, é benvinda!Temos é ter calma e não enchermos as nossas doentinhas de stresses inuteis. Bicho, cancro, o que quiserem desde que se sintam bem ao dizê-lo!
Quanto ao Survivor,é sempre bom ver que há gente que não conhecemos que quer ajudar a Cláudia, mas se calhar é melhor aguardarmos o que Londres lhe vai dizer. Infelizmente a Cláudia, de momento, não pode andar a correr as cidades todas da Europa, pois isso implicava, certamente, que os tratamentos que ela aqui está a fazer, fossem interrompidos e isso é que não pode acontecer de maneira nenhuma, pois se com estes tratamentos o bicho, bicharoco, cancro ( o que quiserem, mesmo!) se continua a movimentar...o que seria se ela os parar.
Vamos ter calma, tranquilidade e esperança, pois a pressa nunca foi amiga da perfeição.
Beijos para todos/as!
Que a ida a londres seja proveitosa.
Pois, a Bebias tem razão. Joaninha, nada contra a pessoa ou mesmo a intenção. O que acontece é que sentimos necessidade de cerrar fileiras à volta de quem está a passar pelas fases mais difíceis. Só isso. É benvinda aqui (o blog não é meu, mas...), no meu blog e nos outros. Sempre.
Beijinhos
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