Em pleno século XXI
Fui fazer o meu exame anual de mamografia e eco mamária. Na sala de espera estavam, além de mim, mais quatro mulheres.
Uma das senhoras é chamada e ao fim de alguns minutos reaparece na sala a chorar, muito nervosa, a fazer festas às mamas. Perguntei-lhe se estava tudo bem ao que ela respondeu:
“- isto dói tanto! Mas dói tanto!”. Disse-lhe: “- mas passa já esse mal-estar”. Ela: “- Ai… que não aguento a dor…Nunca mais me apanham a fazer um destes exames!”.
Ficámos a olhar para a senhora e eu, que sou incapaz de assistir a uma coisa destas e ficar calada e também desejosa de lhe transmitir um pouco de calma perguntei-lhe: “Nunca tinha feito nenhum exame destes?”
Ficámos a olhar para a senhora e eu, que sou incapaz de assistir a uma coisa destas e ficar calada e também desejosa de lhe transmitir um pouco de calma perguntei-lhe: “Nunca tinha feito nenhum exame destes?”
E ela a olhar para mim com ar ainda nervoso disse: “Não. Nunca em 50 anos tinha feito semelhante exame. Mas desta vez a médica quase me obrigou a vir. E a eco também dói muito?”
Lá lhe expliquei que não custava nada e como se processava. Entretanto quando vim de fazer a mamografia essa senhora estava a vir do exame ecográfico. (temos de aguardar um pouco e podemos levar logo o exame e relatório)
Com ar mais calmo sorriu-me e disse “realmente isto não custou nada e já sei que está tudo bem. E o médico também me explicou que agora devo fazer apalpação uma vez por mês”. Tornou a olhar para mim e disse: “Mas isso não me importo de fazer. O outro exame é que nem pensar… Nunca ninguém me toca nas mamas e não vou permitir que uma máquina me faça mal novamente”. (foram mesmo estas as palavras da senhora)
Mais uma vez lhe disse com muita calma, a sorrir, que é preferível fazer o exame e prevenir algo de mais grave do que depois ter de remediar e poder ser já tarde.
Ela, que parecia uma menininha de 10 anos que tinha acabado de receber um raspanete e com ar envergonhado disse que compreendia e que ia tentar fazer os exames quando a médica lhe dissesse novamente. Só agora ia fazer análises ao sangue e um exame ginecológico - que ela também nunca tinha feito!
Parece mentira que em pleno século XXI existam mulheres que não sabem nem nunca fizeram exames médicos….de espécie nenhuns.
Quando fui depois fazer a eco falei daquela senhora ao médico e ele disse que infelizmente ainda há muitas pessoas que nunca foram ao médico. Ao mesmo tempo que me dizia que aquele dia estava a ser excelente - em 30 mulheres que tinha observado naquele dia estava tudo bem com todas, incluindo eu.
Falei-lhe do Projecto Rosa Esperança e das amigas e ele achou uma excelente ideia e ficou muito curioso. Não lhe soube responder quando ele me perguntou se alguma das amigas era seguida no Hospital S.José. Ele gostava muito de ser alertado quando houvessem novos espectáculos. E será certamente.
Mais uma vez lhe disse com muita calma, a sorrir, que é preferível fazer o exame e prevenir algo de mais grave do que depois ter de remediar e poder ser já tarde.
Ela, que parecia uma menininha de 10 anos que tinha acabado de receber um raspanete e com ar envergonhado disse que compreendia e que ia tentar fazer os exames quando a médica lhe dissesse novamente. Só agora ia fazer análises ao sangue e um exame ginecológico - que ela também nunca tinha feito!
Parece mentira que em pleno século XXI existam mulheres que não sabem nem nunca fizeram exames médicos….de espécie nenhuns.
Quando fui depois fazer a eco falei daquela senhora ao médico e ele disse que infelizmente ainda há muitas pessoas que nunca foram ao médico. Ao mesmo tempo que me dizia que aquele dia estava a ser excelente - em 30 mulheres que tinha observado naquele dia estava tudo bem com todas, incluindo eu.
Falei-lhe do Projecto Rosa Esperança e das amigas e ele achou uma excelente ideia e ficou muito curioso. Não lhe soube responder quando ele me perguntou se alguma das amigas era seguida no Hospital S.José. Ele gostava muito de ser alertado quando houvessem novos espectáculos. E será certamente.
9 Comments:
Muita coisa acontece qu é de bradar aos Céus... E aquela mulher de Faro, que perguntou ao Zé se dormia comigo? e se o cancro não era pegadiço?
Nenhuma de nós foi tratado no S. José! Os médicos perguntam porque um grupo de lá, levou a cena uma peça sobre o cancro na Barraca, nós todas fomos ver, mas não tem nada a ver com a nossa!Nada!!!
Parabéns por tudo estar bem contigo!
beijinhos
Eu aguardo até quarta, e espero que o resto também esteja bem!
Eu sei que o da Barraca não tem nada a ver.
Mas ele também percebeu que o RE era diferente e gostava de conhecer melhor.
Importante- O Ministério da Saúde estabeleceu os requisitos mínimos para o funcionamento dos centros de enfermagem para “assegurar a qualidade dos serviços prestados no setor privado”, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República. in Lusa
A portaria, que entra em vigor na terça feira, estabelece as condições relativas à organização e funcionamento, recursos humanos e instalações técnicas das unidades privadas de serviços de saúde onde se exerce enfermagem.
“O novo modelo visa assegurar a qualidade dos serviços prestados no setor privado e, em paralelo, consagrar um procedimento mais simplificado, assumindo os agentes a responsabilidade pelo cumprimento dos requisitos técnicos exigidos”, refere a portaria, assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.
O procedimento de licenciamento dos centros de enfermagem passa a ser disponibilizado online, o que permite com uma declaração eletrónica validamente submetida a imediata obtenção de licença, sem prejuízo da subsequente vistoria.
Relativamente à informação aos utentes, os centros devem colocar em “local bem visível” o horário de funcionamento, o nome do enfermeiro responsável e o número de cédula profissional, os procedimentos a adotar em situações de emergência e os direitos e deveres dos utentes, devendo ainda estar disponível para consulta a tabela de preços.
A responsabilidade civil e profissional, bem como a responsabilidade pela actividade dos centros de enfermagem devem ser transferidas para empresas de seguros.
Os centros de enfermagem devem dispor de um regulamento interno, definido pelo enfermeiro responsável, e possuir o registo do nome do doente, a data, o tratamento realizado e o nome do médico que o indicou ou, em alternativa, a menção de que o doente compareceu ou solicitou espontaneamente os serviços do posto ou centro de enfermagem.
“Ao pessoal de enfermagem dos centros de enfermagem é vedado fazer tratamentos sem prescrição médica, ressalvando-se os casos com fundamentação de urgência”, refere a portaria.
Os centros de enfermagem devem ainda situar-se em locais de fácil acessibilidade e não devem ter no espaço envolvente indústrias poluentes ou produtoras de ruído, zonas insalubres e zonas perigosas.
Isalenca:
Senti tudo o que tu sentiste e disseste, mas vou confessar-te algo lá do meu fundo: já um dia escrevi, em desabafo, que quando fosse grande, queria ser completamente ignorante a respeito de doenças...
(Pronto. Já disse.)
um beijo
Olá
É verdade ainda existem muitos casos destes infelizmente e o que mais me custa ouvir é uma mulher dizer que não faz a mamografia por ter medo que lhe apareça alguma coisa.
Temos que mudar estas ideias.
Fiquei feliz por saber que está tudo bem contigo Isalenca.
Beijinhos e um bom fim de semana.
Ainda bem que está tudo ok contigo! Festejemos!
Quanto à senhora, olha, felizmente cada vez mais pessoas fazem os exames. Que se pode fazer?! Não há uma cultura da saúde... Mas há cultura de doença!
olá, felizmente tudo bem, nos 30 exames e claro no teu.
ainda ha muita gente com esse pensamento...exames...e a essas partes...não...
Com o tempo vai mudando.
bjs
Olá Isalenca,fico muuuuiiito feliz que esteja tudo bem contigo!
...infelizmente,ainda há mulheres que não fazem os exames,e,não por falta de informação,mas por acharem que com elas não acontecem...
Tens um coração de ourooo...!!!
beijins e boa semana!
Existem e muitas. Outro dia ouvi uma história parecida. No meu livro falo de uma hoje amiga, enfermeira, que nunca tinha feito exame em 42 anos.
Ela escreveu lindamente em Sentença ou Renovação.
Uma lição de vida e um alerta.
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